terça-feira, 29 de junho de 2010

Fornos de Algodres em crise

O futebol da região está a sofrer rude golpe em termos de afirmação e de valorização.
A crise económica é o motivo mais apontado para que tal esteja a acontecer.
Depois do Grupo Desportivo Mangualde ter decidido dar três passos atrás, para disputar o campeonato distrital da 2.ª Divisão da AF Viseu, na próxima época, é agora a Associação Desportiva de Fornos de Algodres que pode regressar, também, à 2ª Divisão da AF Guarda, desistindo de participar na 3.ª Divisão Nacional - na qual, na época passada, esteve a um passo da promoção.
Como é do conhecimento público, a Câmara Municipal de Fornos de Algodres não nada propriamente em dinheiro, o que só por si agrava a situação em termos de apoio ao clube.

Presidente apreensivo
O presidente da Direcção, João Santos, está apreensivo quanto ao futuro. Considerou que a última época, desportivamente, foi boa, "graças a um planeamento feito com cuidado, de modo a proporcionar bons espectáculos, e só não subimos porque na última jogada do jogo na partida em Anadia, rematámos ao poste. Se a bola tem entrado, estaríamos agora na 2.ª Divisão Nacional", lembra. Curiosamente, João Santos afirma que "as dificuldades foram muitas, tendo de ultrapassar alguns contratempos que estavam 'escondidos'. Mesmo assim, considera que o seu empenho "foi determinante e a Direcção, em conjunto, conseguiu fazer tudo pelo melhor, e ninguém se arrepende do que foi feito".
Sobre a constituição do plantel, concorda que "foi feito um pouco à pressa" e lembra que a "equipa foi constituída em 10 dias, sem entrar em loucuras". Admite que "não foi fácil, mas a união entre equipa técnica, jogadores e dirigentes foi determinante para que tudo corresse pelo melhor possível".

Orçamento muito baixo
O timoneiro da Associação Desportiva de Fornos de Algodres não esconde que o "orçamento foi muito baixo", não sabendo mesmo "se não terá sido um dos mais reduzidos da história do clube", o que obrigou a um esforço grande dos responsáveis "para contratar jogadores, agravado pelo facto do clube não ter equipa de juniores".
O clube, em temos de escalões de formação, apenas participou em provas federadas (AF Guarda) com iniciados e escolinhas, muito pouco para quem quer garantir o futuro do clube. Sobre isso, João Santos não se inibiu em chamar a atenção para o facto "que as pessoas têm de compreender que essas situações não passam só pela vontade dos dirigentes. Todos querem só jovens da terra, mas não se questionam sobre as razões porque os pais e demais familiares e até outras pessoas adultas, não contribuírem".
O líder do clube, não tem dúvidas de que "há muitos miúdos que gostam do Fornos e a colectividade tem as condições essenciais para trabalhar, só que é necessário a junção de esforços de todos".
Mostrando abertura suficiente e tendo em conta que o concelho não tem capacidade, em termos de juventude, para entrar em todos os campeonato de escalões jovens, o dirigente, afirma que "se um miúdo vem de um concelho vizinho para fazer toda a formação no Fornos e depois, por uma questão de política desportiva, não é bem aceite na equipa de seniores, não faz sentido. Se um jovem quer jogar em Fornos deve ser bem acolhido, apoiado pois é impossível viver somente com os da terra".
"Tudo bem, vamos apostar nas camadas jovens. E depois ? Como os transportamos para jogos? O clube não tem transporte próprio e a lei não permite que sejam levados nos carros dos directores, porque se houver um acidente a responsabilidade é sempre deles. Esta logística está sempre dependente da autarquia. Na época que findou, levou bastante tempo a chegar a acordo para transportar os miúdos. Mesmo assim, foi a ADFA quem pagou aos condutores e custeou os combustíveis. Não se trata apenas de uma questão de quer ter mais jovens a praticar futebol. Eu sou um adepto do futebol jovem. Fiz a promessa de que o clube se iria concentrar nas camadas jovens. No entanto, sem pessoas para ajudar, sem dinheiro e sem transporte para as crianças, acaba por ser uma guerra difícil de ganhar", justifica João Santos, defendendo-se de algumas criticas. Acrescentou que tomou a iniciativa de "colocar a equipa de juvenis - de muita qualidade -, por empréstimo no Gouveia para que não ficassem sem jogar. Os dirigentes gouveenses foram pessoas espectaculares".
Quanto ao futuro, João Santos deixa a porta aberta para poder continuar à frente do clube, mas avisa que, sob o seu 'comando' ou de outros que surjam, "as possibilidades do Fornos continuar na 3.ª Divisão Nacional, são muito reduzidas, pois a autarquia ainda não decidiu qual o subsídio a atribuir, mas que se prevê muito baixo.

Dar dois passos atrás...
Os patrocinadores culpam a crise para dizer que não têm dinheiro. Os sócios estão a afastar-se numa altura em que necessitamos de mais apoio, etc. Se calhar, será melhor dar dois passos atrás para planear o futuro".
João Santos pondera seguir o exemplo do Grupo Desportivo de Mangualde, mas por razões diferentes. Ele e os seus conterrâneos sabem que "ninguém joga no Fornos de graça, e que no concelho não há jovens para uma 3.ª Divisão. Para além de tudo o resto que comporta enormes despesas, acresce o facto do clube pagar religiosamente o que está estipulado aos atletas, o que quer dizer que não pode ser muito".

Assembleia Geral deverá ser decisiva
O dirigente não acredita que haja jogadores de fora do concelho "que queiram representar o Fornos quase à borla e com despesas por sua conta para as deslocações para os treinos"
"A próxima Assembleia Geral (em princípio marcada para amanhã) vai ser decisiva. Só aí serão tomadas as decisões necessárias. Já me informei de todas as situações e consequências. Assim iremos tomar as opções mais correctas", promete João Santos.
António Pacheco / Silvino in Diário Regional de Viseu

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

estas equipas agora habituaram-se aos dinheiros das Camaras e passam a vida a fazer chantagem, para mim as camaras deviam acabar com todos os apoios financeiras e canalizar as verbas para criarem infraestruturas, assim FARMINHOES, MANGUALDES, NELAS FORNOS E OUTROS IGUAIS, tinham que trabalhar como os clubes pequenos, era ve-los todos acabar, porque asSim os ratos saltavam todos fora do futebol, nalguns clubes os presidentes e directores alem do tempo, que dispoeem em detrimento das familias ainda teem que meter dinheiro do bolso, nesses clubes vao para la pra ver se sacam algum, um ex: é o director desportivo do farminhao que ganha 1500 EUROS.
TENHAM VERGONHA E TRABALHEM COMO OS OUTROS

9:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

1500 euros!lá vai o um certo treinador de Mundão,que treina Ping Pong concorrer ao lugar

12:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A noticia que mais prazer me deu ler nos ultimos tempos foi sem duvida a desistencia do Mangualde dos campeonatos nacionais. Apetece-me dedicar esse feito ao seu presidente e dizer-lhe que afinal subiram alto mas foi só para darem o tombo maior.Quando o referido ler isto vai saber quem o escreveu e dizer lá para consigo:"afinal o tipo está vivo,mesmo contrariando as minhas profecias".

10:16 da tarde  

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