Sernancelhe 4 - Fornelos 4

Sernancelhe:
Valter; André Serôdio (Moutinho), Simões, Manso, Rafael; Kalano, Sérgio, Ricardo Macedo; Telmo, Lucindinho, Paulinho.
Golos: Lucindinho (3), Manso.

Apesar do vento intenso que se fez sentir no Municipal da Pedreira, os espectadores que presenciaram este encontro, ainda tiveram direito a um "super-Lucindinho", uma recuperação magnifica no resultado, e 8 golos numa partida de futebol.
Começou melhor a equipa do Fornelos, que aproveitando as favoráveis condições climatéricas, inaugurou o marcador quando apenas estava decorridos 5 minutos de jogo, num cruzamento que o vento desviou, traindo Valter.
Aos 20 minutos surge um dos casos do jogo: numa jogada de insistência da esquerda do ataque do Fornelos, a bola é colocada na zona do 2º poste, onde surge um "acampado" jogador que finaliza em posição de fora de jogo, colocando o resultado em 0-2.
Aos 30 minutos da 1ª parte, o Sernancelhe esgota as substituições, fazendo entrar Moutinho; até ao intervalo, apenas um ou outro lance de bola parada, incomodaram os Guarda - Redes, sem no entanto serem dignas de registo.
Na 2ª parte e com o vento a favor, os visitados assumiram as despezas do jogo, e quando iam decorridos apenas 2 minutos deste período, Lucindinho responde "em carrinho" a um bom cruzamento de Telmo, que apenas não deu golo porque o Guarda - Redes do Fornelos efectoou uma boa defesa; praticamente de seguida, Lucindinho ganha em velocidade á defensiva contrária, e remata fortissimo para o 1-2.
Aos 10 minutos surge novo caso do jogo: após um cruzamento, Lucindinho ganha nas alturas, e o defesa do Fornelos corta deliberadamente o lance com a mão...o penalty foi "transformado" num livre a favor do Fornelos (desconheço se há algum limite máximo para um jogador se elevar).
A equipa do Sernancelhe "acusou" em demasia este lance, e o Fornelos aproveitou para elevar a contagem, num contra-ataque muito contestado; o lance foi muito rápido, e a equipa de arbitagem merece o beneficio da duvida.
Por volta dos 25 minutos da 2ª parte, e com o Sernancelhe completamente colocado na área adversária, o Fornelos, novamente em contra-ataque, altera o resultado para 1-4! este lance foi novamente criticado pelo público afecto aos visitados, mas admito que estava bem colocado, e que o golo foi limpo.
De seguida, Lucindinho numa jogada individual, ultrapassa vários adversários e reduz a desvantagem; o Sernancelhe ganha novo fôlego, e Moutinho em dois livres, não consegue desfeitiar o Guarda - Redes forasteiro.
Moutinho, lançado por Kalano, tem nova opurtunidade, mas com o seu pior pé (direito) remata ligeiramente ao lado; só dava Sernancelhe, e Lucindinho, novamente em jogada individual, aparece em óptima posição de finalizar, sendo completamente "atropelado" pela defensiva contrária...se o penalty foi bem assinalado, melhor foi convertido por Manso.
Com o resultado em 3-4, e num último folego, o Sernancelhe aumentou a pressão sobre a defensiva visitante, e numa excelente meia distância, Kalano remata á barra; Moutinho tem um forte e colocado remate, e quando todos se preparavam para festejar o empate, o Guarda -Redes do Fornelos desvia para canto, com uma fantástica intervenção.
O jogo encaminhava-se para o final, e o Sernancelhe "aposta" tudo: o Guarda - Redes Valter sobe á área contrária, na marcação de um livre muito bem executado por Kalano, que encontrou Lucindinho, que "aproveitou" para facturar um hat-trick e colocar uma injustiça menor no resultado...porque a haver um vencedor, teriam que ser aqueles que mesmo a perder por 1-4 a 20 minutos do fim, ainda correram, ainda acreditaram, ainda sofreram e ainda lutaram...foram dignos!
A equipa de arbitagem foi criticada por ambas as formações, o Sernancelhe queixava-se do 2º golo do Fornelos e de um penalty clarissimo não assinalado; o Fornelos queixava-se que o Srº árbito tinha dado 4 minutos de compensações...só devido a entradas durissimas do seu capitão de equipa (como é possivel acabar um jogo de futebol em campo!!) o massagista do Sernancelhe entrou 10 vezes em campo...
Quando o jogo terminou, vi e senti muitas lágrimas...algumas eram minhas, outras eram de jogadores, e havia ainda de alguns adeptos...talvez as palavras não consigam nunca definir aquilo que sentimos...talvez seja a revolta que nos invade...ou quem sabe, uma forma esquesita de lutar, acreditar e nunca desistir por quem tanto amamos...o azul-grená!